2019: 50 anos do Homem na Lua e 100 anos de Eddington no Príncipe
José Saraiva, Joana Latas e Rosa Doran.
Em 2019 celebraremos importantes marcos para a construção do nosso conhecimento do Universo. Será o ano em que celebrar-se-á os 50 anos da chegada do homem à Lua, os 100 anos de existência da União Astronómica Internacional, os 100 anos das observações que permitiram comprovar a Teoria da Relatividade Geral entre outros importantes acontecimentos.
Neste café ciência pretendemos destacar dois desses eventos: 50 anos da primeira vez que o Homem pisou a Lua e o centenário do eclipse solar de 29 de Maio 1919, que levou Eddington à então remota ilha do Príncipe, do qual decorreram as observações que permitiram validar experimentalmente a Teoria da Relatividade Geral de Einstein.
A Era Espacial começou em 1957. Doze anos depois (mas apenas oito depois do primeiro homem no espaço!), os primeiros astronautas pisaram a superfície do nosso satélite natural. Para alcançar tal objectivo, foi necessário desenvolver um vasto conjunto de capacidades: construir máquinas, estudar trajectórias e superfícies, treinar homens para voar no espaço e desempenhar inúmeras tarefas de ordem técnica e científica. Em doze anos. De onde veio todo esse conhecimento?
Durante o eclipse solar total de 29 de Maio de 1919, numa expedição que resultou de uma organização conjunta da Royal Astronomical Society e da Royal Society, foram registadas fotografias que permitiram a confirmação experimental da Teoria da Relatividade Geral. A expedição em causa foi liderada pelo astrónomo Arthur Eddington e que teve como um dos principais palcos a ilha do Príncipe. Numa Europa em pleno rescaldo da primeira Guerra Mundial, a ambição, a persistência e a curiosidade deste cientista Inglês foram cruciais para o sucesso de uma teoria de um cientista de nacionalidade Alemã.
A aventura da Humanidade nos avanços e desenvolvimentos científicos é contínua. Os jovens que estão hoje na escola terão oportunidade de contribuir para novos e ousados passos nessa caminhada. Os seus professores actuais têm um papel fundamental: mostrar-lhes aonde poderão chegar.
José Saraiva é licenciado em Geologia pela Univ. Coimbra e Mestre em Georrecursos pelo IST. Foi membro do CVRM e depois do CERENA; centros de investigação do IST, onde desenvolveu trabalhos na área da Análise de Imagem de superfícies planetárias, sobretudo de Marte. É membro do NUCLIO, envolvido em diversos projectos de divulgação científica e educação.
Joana Latas é licenciada em Matemática e Ciências da Computação pela Universidade de Évora e mestre em Ciências da Educação pela mesma Universidade. De momento está a desenvolver investigação no âmbito do Doutoramento em História das Ciências e Educação Científica que frequenta na Universidade de Coimbra. Após alguns anos de experiência como professora da Matemática em Portugal, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, está, atualmente, envolvida em projetos Educação e Divulgação Científica enquanto membro do NUCLIO.
Rosa Doran, licenciada em Física pela Pontifícia Universidade Católica em São Paulo, Brazil; mestrado em Altas Energias e Gravitação pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e Doutoramento em curso na Universidade de Coimbra, na área do ensino das ciências. Presidente do NUCLIO – Núcleo Interactivo de Astronomia, uma associação sem fins lucrativos e ONG para o desenvolvimento, dedicada à divulgação e ao ensino das ciências. A nível internacional exerce funções de vice-presidente do conselho executivo da Associação Global Hands-on Universe, uma organização dedicada a implementação de investigação científica em sala de aula. Chair do programa Galileo Teacher Training Program, um dos legados do ano internacional da astronomia 2009. Vice-presidente do painel da educação da COSPAR (Commission for Space Research). Co-Coordenadora do Grupo Lusófono de Astronomia para o Desenvolvimento da União Astronómica Internacional.
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