Luz, o mediator para o cosmos
José Manuel Rebordão
(Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa)
Quase tudo o que sabemos do universo nos chega através da luz, que é uma onda electromagnética, de todas as frequências do espectro, desde as microondas e infravermelho mais longínquo até à radiação gama, muito mais energética. Nalguns casos, a radiação passa através da atmosfera e pode ser detectada através de telescópios na Terra; noutros casos, temos de usar satélites e instalar os instrumentos no espaço.
A luz que somos capazes de receber e medir revela-nos tudo o que podemos saber. Através do seu espectro ou de pequenas alterações do espectro, através da distribuição angular da sua intensidade, através da sua coerência, através da sua polarização.
Nesta conversa procurar-se-á dar uma ideia do significado destes conceitos e de tudo o que o Homem teve de imaginar e pôr em acção para, a grande custo, e ao longo do séculos, abrir várias janelas sobre o cosmos.
Físico, de 63 anos, doutorado e agregado em Física e Presidente do Departamento de Física da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, sempre trabalhou sobre as aplicações da luz e sobre o espaço: da metrologia óptica de comprimentos e ângulos até à construção de lasers; da holografia às aplicações da segurança óptica; do processamento de imagens até aos instrumentos ópticos que as criam; da direcção do projecto PoSAT-1 (1992), às utilizações militares do espaço, à adesão à ESA e à representação de Portugal no seu Comité de Política Industrial; na utilização da luz para navegação autónoma de satélites em missões interplanetárias ou para a modelação e utilização de telescópios espaciais, como o Gaia.
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